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Apesar de ser um tema aparentemente desafiador pois, estamos literalmente tocando na ferida. Este artigo tem o objetivo de abordar a importância de falar sobre dores emocionais e apresentar modelos mentais de soluções e ferramentas de crescimento. É importante entender que nesse cenário o que não curamos no campo emocional pode se materializar no corpo físico em formas de doenças psicossomáticas. Sendo assim, quando entramos nesse cenário, torna – se evidente que não existe a possibilidade de curar uma sinusite com remédio para dor de cabeça. É necessário conhecer a causa-raiz. O que ajuda? Autoconhecimento. Compreender o efeito que as coisas, pessoas e cenários têm sobre nós e o efeito que nossas ações causam nos outros é decisivo para compreender o que precisa ser ajustado.

Outro aspecto fundamental é lembrar que não importa quem ou o que causou a dor, é sua responsabilidade lidar com ela. Gosto da analogia do lixo no quintal. Imagine que alguém jogou lixo no seu quintal. Você pode escolher a forma de lidar com isso: ou ficar se queixando sobre o quão absurdo foi isso e deixar o lixo apodrecer e tornar aquele ambiente insuportável, ou pode recolher. A questão não é quem jogou, não é sobre quão absurdo foi isso. O fato é que é seu quintal. E se não lidar com isso, é você quem vai conviver com esse lixo o resto da sua vida.

Ressignificando o Olhar Para as Situações!

Gosto também de ressignificar o olhar para as coisas. A mágoa, por exemplo. Pense nela como “má água”. Consideramos que somos feitos de água, guardar má água não me parece um bom plano. Nosso ego precisa da culpa (em si ou no outro). É necessário um exercício de compreensão sobre libertar-se da má água. Não é um ato de complacência ao outro, é um ato inteligente, de liberdade para você. Não é fácil. Mas como falamos, é um exercício. O que é necessário? Antes de mais nada, uma boa dose de coragem para olhar a origem das nossas dores emocionais. Pois, se isso não for feito, vamos seguir mascarando e adiando a cura. Terceirizando a responsabilidade por nossas dores. Obviamente, a grande maioria de nós não fomos educados a lidar com nossas emoções. Ao contrário.

O famoso “engole o choro”e “ninguém gosta de criança que faz isso”só intensificou nossos sentimentos de vergonha e culpa por quem somos. Em função disso, grande parte da escolha aparentemente mais coerente se torna fugir. E como fugimos das dores emocionais? Nos submetendo a diversos tipos de analgesia, por exemplo: Medicamentos, drogas, excessos e álcool. Faço uma analogia em que ignorar as dores emocionais é o mesmo que tentar afundar uma bola de plástico na piscina. Uma hora ela vai explodir na sua cara e você vai ter que lidar com isso de uma forma ainda mais dolorida e extrema. E tendo em vista a proporção das dores que sentimos e adiamos diariamente, quero destacar aqui três que são: Ansiedade, Culpa e Solidão (Abandono). Essas dores assim como as outras se não forem olhadas, tem sim o poder de gerar doenças físicas e emocionais.

Precisamos Falar Sobre Dores Emocionais

Estamos diante da sociedade mais dependente quimicamente, mais ansiosa e depressiva da história da humanidade. Algo de diferente e no plano imediato precisa ser feito. Entenda, uma dor de alma não curada, pode nos acompanhar durante uma vida toda, trazendo consigo possíveis consequências altamente nocivas não só para a própria vida, como também para as pessoas que convivem com você. Compreende agora a necessidade que temos de falar sobre esse assunto? Nos aprofundando um pouco mais nos três pontos acima mencionados, quero desenvolver seus impactos em nossas vidas. Vamos lá! Ansiedade é excesso de futuro. E aproveitando esse contexto, é importante entender que as emoções têm níveis de intensidade, ou seja, ela pode iniciar com um incômodo e, se ignorada e/ou alimentada, pode se tornar ira, por exemplo. Portanto, alimentar a ansiedade é fantasiar cenários que possam acontecer.

Um exercício extremamente potente para neutralizar é realizar o exercício de imaginar os piores e melhores cenários possíveis diante de uma situação. A partir deles, criar planos e rotas de atuação, auxilia a mente a compreender que você não está ignorando os sinais de perigo e mostra para a mente que há saída. Lembre-se: só entramos em desespero quando não encontramos alternativas. Pois, quando você faz TUDO o que PODE, com as ferramentas que tem, no momento presente, não existe espaço para ansiedade. Por isso a importância de colocar energia apenas naquilo que se pode controlar. Nós temos controle sobre nossas atitudes e sobre o que escolhemos fazer. E se não temos coragem de fazer o que tem que ser feito, podemos sofrer pelo resto da vida por essa escolha. Outro ponto importante nesse contexto é: Não compare dores emocionais!

Não compare dores emocionais, acolha!

Se alguém dividiu com você a vulnerabilidade que tem, acolha. Não fale da sua. Torne – se local seguro para o outro, seja empático e foque na resolução. Portanto, cuide das suas dores emocionais com autenticidade e coragem. Se você não dedicar suas energias para lidar com suas dores emocionais, ninguém vai cuidar dela. Tome cuidado para não buscar as respostas das suas dores em lugares que vão aumenta-las.

Que vocês possam repensar e expandir a forma de encarar tudo isso de uma forma mais leve, mais amorosa e principalmente, mais produtiva. Nós merecemos isso e o momento atual, pede tudo isso.

Vamos juntos!